quarta-feira, 6 de maio de 2015

Dia do Trabalhador Punk


Dia do Trabalhador Punk

Banda de Congo Mestre Tagibe, de Cariacica/ES


O Movimento Anarcopunk do Espírito Santo (MAP-ES) realizou, pelo oitavo ano consecutivo, os manifestos do Dia do Trabalhador, na Concha Acústica do Parque Moscoso, das 9 às 20 horas, em Vitória.

Desta vez, os protestos se estenderam também para o dia 2, ampliando a reflexão e troca de ideias com muito som afropunk, no Bar do Gilson, em Cariacica, e depois, dia 3, na vila de pescadores de Santa Cruz, Aracruz/ES, interagindo com a cultura indígena e com a comunidade local.

Os protestos buscaram "a diversidade cultural com reflexão". Participaram das ações o MAP-SP representado pelos integrantes das bandas 100 Verba e Revolta Popular, e o MAP-BH, representado por Ameba, vocalista da banda Ataque Epilético.



O evento foi realizado com apoios individuais e das ongs FAS/ES e Oficina Base. Os grupos afropunk de São Paulo e Ameba, representante do MAP-BH, vieram por conta própria e hospedaram-se na casa de companheiros que abriram suas portas. Além disso, vários anarcopunks contribuíram com parte das despesas de viagem dos grupos.

Assunto corrente nos debates e conversas, a diversidade cultural foi entendida como uma importante forma de resistência dos seguimentos violentados, como negros, indígenas, mulheres, homossexuais e minorias sociais.

Participaram do encontro no Parque Moscoso os integrantes da banda de Congo Mestre Tagibe, de Cariacica; os Oficineiros de Aracruz/ES, com artefatos da cultura indígena das tribos do Piraqueaçu; os anarquistas de Cachoeiro de Itapemirim/ES, representados pelo companheiro anarquista Bernard Almeida; a banda Força Cega, com seu trabalho experimental; o MAP-SP com as bandas 100 Verba e Revolta Popular; o MAP-BH com Ameba.

Banda 100 Verba MAP-SP no Bar do Gilson,
no dia 2 de maio


Banda RHC MAP-ES, na Concha Acústica, no dia 1º de maio


O evento recebeu também a professora Joana D'Arc Fernandes Ferraz da Universidade Federal Fluminense-UFF, que conversou com o público sobre o processo capitalista da terceirização de trabalhadores.


A professora é titular do Universidade Federal Fluminense
e deslocou-se ao ES especialmente para participar das

manifestações do Dia do Trabelhador no Parque Moscoso.

Foi oferecido um almoço comunitário aos artistas e demais pessoas que quisessem se alimentar. Houve atendimento médico no local, com ambulância e profissionais de saúde para a aferição da pressão arterial e realização de testes de glicemia e AIDS.

Este encontro foi muito importante para o MAP pois foram firmadas várias ações futuras: a criação de um zine BH/SP/ES, a gravação de um disco das bandas Ataque Epilético-BH, 100 Verba-SP, Revolta Popular-SP, RHC-ES e Cotovelo de Cobra-SP, e a realização de um encontro regional anarcopunk em Santa Cruz, Aracruz/ES.



Protesto e ação social com reflexão: minorias representadas e
autônomas com resistência através de sua expressão cultural.

As manifestações e trocas de ideias só aconteceram graças aos esforços individuais e de grupos que se dedicaram em tempo e discernimento em prol de toda sociedade, pois tudo foi feito em razão de uma sociedade livre dos abusos do Estado e da discriminação e preconceito.

Quem foi ao Parque Moscoso e ao Bar do Gilson para assistir a shows de bandas punk, teve contato com muito mais... deparou-se com um movimento social em plena atividade, que sabe criticar, debater e posicionar-se como corpo numa estrutura social falida e insustentável.



Banda Revolta Popular MAP-SP,
na Concha Acústica, dia 1º de maio

Contribuíram com o evento a Ong FAS/ES, Oficina Base, PMC, e diversas pessoas que, de forma individual ocuparam espaço e souberam agir coletivamente.

Com muita ação punk... até as próximas Palhetadas do Rock!


Companheiro Ameba, de BH, em sua participação
nos protestos do 1º de Maio









Seu Gilson

Henrique Viana

Família do anarcopunk Machado,
morto pela violência da cidade insustentável